terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ganhar e perder



Na grande São Paulo é assim, o medo não dorme e a segurança nunca esta acordada. Sim, estamos perdendo constantemente para os assaltantes, para os violentos e para os vândalos. E continuaremos perdendo. Aliás, perdemos seria a palavra correta.

Perdemos quando ganhamos e fornecemos a liberdade para aqueles que não sabiam usar. Pois antes de ganhar a liberdade, eles tinham perdido os valores.  E antes deles perderem os valores, quem disseminava os valores a eles perdeu para um mundo globalizado onde as informações chegam cada vez mais rápido. Tudo tem fácil acesso. 

 E o fácil virou obrigação!

Dois indivíduos descem cheio de sonhos e planos em alguma rua dos arredores da Estação São Joaquim. Dez moleques, em uma tola aventura, resolvem assalta-los covardemente. Além de levar todos os pertences, agridem uma das vítimas. Mas a peripécia jovial, burra e ignorante, não levou somente pertences materiais de duas pessoas. Levou a tranquilidade. A segurança, que nunca foi extrema, agora nem existe mais. E ainda deixaram de presente o medo. Um medo de ir e vir, que é repugnante.

Infelizmente, podemos escrever duas dúzias da espessura de uma bíblia com casos de assaltos, violência ou vandalismo na metrópole paulistana. E isso estende-se para o país inteiro. Ganhamos demasiados avanços tecnológicos, portáteis, minimamente portáteis, de última e quase futurista tecnologia, mas perdemos todos os dias para as coisas básicas da vida como a segurança de caminhar por onde moramos, de ir e vir para qualquer lugar, sem se importar com o horário. Sim, no mundo moderno e sem fronteira temos barreiras em cada bairro que leva-nos a paz e traz o medo. Contraditório isso não?

Como evoluir tecnologicamente se estamos regredindo humanamente? Ser assaltado por dez garotos a duas quadras da sua residência, ser agredido e ouvir das autoridades repressivas que dificilmente vão ser recuperados os pertences ou achados os culpados, dói! Mas doloroso mesmo é saber e ver que essa criminalidade está atingindo todos os níveis da sociedade. Não é mais só o filho da periferia que rouba. Talvez, nunca foi só ele. A burguesia também está criando marginais.  Temos os que roubam por necessidade, o que não se justifica. Os que roubam para sustentar vícios e os que roubam para contar para os amigos. Todas sem justificativas, mas uma mais nojenta que a outra.

Bom aos mestres do ato incrível de roubar, violentar e vandalizar por aí, meus parabéns, conseguiram deixar mais dois seres humanos com medo. Infelizmente, esse não será o conteúdo que eles vão ler, por isso aqui não deixo o meu: “Vai tomar no cú!”. Porque informação traz conhecimento, educação e valores o que gera caráter. E isso eles nunca vão roubar e ter.

Aos ladrões valentes e corajosos da Cidade de São Paulo, meus sentimentos, pois por mais que roubem, adquiram bens, siglas, utensílios, continuaram fúteis e sem caráter. Isso vocês nunca poderão tirar de ninguém... Mas perdem o que não tem em cada ato: ganham pelo mal e perdem o bem.

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