Na grande São Paulo é assim, o medo não dorme e a segurança nunca esta
acordada. Sim, estamos perdendo constantemente para os assaltantes, para os
violentos e para os vândalos. E continuaremos perdendo. Aliás, perdemos seria a
palavra correta.
Perdemos quando ganhamos e fornecemos a liberdade para aqueles que não
sabiam usar. Pois antes de ganhar a liberdade, eles tinham perdido os
valores. E antes deles perderem os valores, quem disseminava os
valores a eles perdeu para um mundo globalizado onde as informações chegam cada
vez mais rápido. Tudo tem fácil acesso.
E o fácil virou obrigação!
Dois indivíduos descem cheio de sonhos e planos em alguma rua dos
arredores da Estação São Joaquim. Dez moleques, em uma tola aventura, resolvem
assalta-los covardemente. Além de levar todos os pertences, agridem uma das
vítimas. Mas a peripécia jovial, burra e ignorante, não levou somente pertences
materiais de duas pessoas. Levou a tranquilidade. A segurança, que nunca foi
extrema, agora nem existe mais. E ainda deixaram de presente o medo. Um medo de
ir e vir, que é repugnante.
Infelizmente, podemos escrever duas dúzias da espessura de uma bíblia
com casos de assaltos, violência ou vandalismo na metrópole paulistana. E isso
estende-se para o país inteiro. Ganhamos demasiados avanços tecnológicos,
portáteis, minimamente portáteis, de última e quase futurista tecnologia, mas
perdemos todos os dias para as coisas básicas da vida como a segurança de
caminhar por onde moramos, de ir e vir para qualquer lugar, sem se importar com
o horário. Sim, no mundo moderno e sem fronteira temos barreiras em cada bairro
que leva-nos a paz e traz o medo. Contraditório isso não?
Como evoluir tecnologicamente se estamos regredindo humanamente? Ser
assaltado por dez garotos a duas quadras da sua residência, ser agredido e
ouvir das autoridades repressivas que dificilmente vão ser recuperados os
pertences ou achados os culpados, dói! Mas doloroso mesmo é saber e ver que
essa criminalidade está atingindo todos os níveis da sociedade. Não é mais só o
filho da periferia que rouba. Talvez, nunca foi só ele. A burguesia também está
criando marginais. Temos os que roubam por necessidade, o que não se
justifica. Os que roubam para sustentar vícios e os que roubam para contar para
os amigos. Todas sem justificativas, mas uma mais nojenta que a outra.
Bom aos mestres do ato incrível de roubar, violentar e vandalizar por
aí, meus parabéns, conseguiram deixar mais dois seres humanos com medo.
Infelizmente, esse não será o conteúdo que eles vão ler, por isso aqui não
deixo o meu: “Vai tomar no cú!”. Porque informação traz conhecimento, educação
e valores o que gera caráter. E isso eles nunca vão roubar e ter.
Aos ladrões valentes e corajosos da Cidade de São Paulo, meus sentimentos,
pois por mais que roubem, adquiram bens, siglas, utensílios, continuaram fúteis
e sem caráter. Isso vocês nunca poderão tirar de ninguém... Mas perdem o que
não tem em cada ato: ganham pelo mal e perdem o bem.
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