Se o Paulistano fosse carioca,
A bossa nova seria uma fossa.
Provavelmente Cristo Redentor
seria um edifício comercial,
se por lá existiria,
uns três caixas eletrônicos,
certamente um 24 horas.
Sim, Cristo teria que trabalhar dia e noite.
A praia seria mais longe,
só para ter trânsito.
bonde teria usuário na via,
filas imensas para o embarque,
e falhas no sistema.
O pão de açúcar,
seria algum shopping ou supermercado,
mesmo no alto,
talvez, espaço para o “aero trem”.
Certamente o paulista não puxaria o “s”,
Ao final das sílabas,
mal haveria tempo
para completar as palavras.
Tudo seria tão corrido,
que falaríamos por siglas.
Ao invés da estátua
de Carlos Drummond de Andrade,
teríamos uma do Maluf?
Tudo bem, poderia ser Clarice Lispector!
As favelas seriam periféricas,
não teria o contraste,
de uma paisagem belíssima,
e uma favela, uma favela
e uma paisagem belíssima.
Alias, que paisagem belíssima?
Tudo seria tomado de arranha-céus,
não avistaríamos mais nada.
Do Arpoador a visão
seria de uma praia grande,
não do pequeno começo
de Ipanema.
Talvez, de um imenso Tietê.
Não teríamos Carnaval,
e sim uma imitação.
Rio 40 graus?
Não, não e não...
Teríamos garoa fina!
Sim, o Rio seria chato e solitário!
E se o carioca fosse paulistano?
Bom, seria tudo mais ou menos
Como Las Vegas,
Um grande cassino.
Mas pelo menos o
Carnaval seria real.
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