quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Papo de quinta



Papai do céu, tô puto!

Papai do céu, quero deixar minha reclamação: não é justo acabar o mundo em uma SEXTA-FEIRA! Fala sério. Pois, a porra desses Maias poderiam prever que o acabaria em um domingo de eleição. Aí sim, seria justo. Ou em uma segunda-feira depois de um feriado prolongado. Mas em uma sexta-feira tá tirando, né?
Eu fiz quatro anos de faculdade, a bagaça do TCC e nem peguei o diploma na mão o Sinhô vai acabar com tudo. Tremenda falta de camaradagem avisa-se que eu tocava o foda-se na Facul.

Agora, sacanagem do Sinhô acabar com o mundo no mês do aniversário do seu filho. Quatro dias antes. Ele vai ficar chateadíssimo e com toda a razão. Completar 2013 anos não é para qualquer um. Aliás, acabar o mundo que o Sinhô demorou seis dias para criar e teve que dar uma descansada no sétimo seria burrice. Ou melhor, seria o modo mais fácil.

Ao invés de acabar com o mundo, por que não acaba com a violência que está descontrolada. O capeta tá a milhão, morre inocente todas as madrugadas em São Paulo e não sabemos se é a polícia ou o bandido, ou, se são os dois. Nos EUA entre um doidão atirando em todo mundo e mata 20 crianças, crianças! É crianças, seus anjos Sinhô. Acaba com a violência, não com o mundo.

Acaba com esses políticos filhos da puta que vivem roubando os pobres, que promovem a desigualdade social, que querem mais poder, mais poder. E somente isso que querem. Eles não são muitos, uma tsunami bem localizada, tipo em Brasília no Planalto Central, game-over. Acabar com o mundo é fácil.
Acaba com as guerras, que por sinal muitos são em nome do Sinhô, as famosas “guerras santas”. Isso sim é um fim do mundo todo dia, morre uma pancada. E por motivos divinos. Olha com carinho, o Sinhô que tudo vê, precisa acabar com o mundão não e só fazer uns ajustes.

Bem a o Sinhô pode dizer: que são as pessoas que estragam o mundo. Então, acaba com as pessoas que acabando com o rolé. Pois tem muito filho seu aqui que até tem seus errinhos, mas são pessoas de bom caráter. A final se todos fossem perfeitos não teria porque o Sinhô existir, correto? 

Agora sei por que falam que o Sinhô é brasileiro. Quer da um jeitinho, fazer o mais fácil. Ao invés de eliminar as laranjas podre, preguiçoso que derrubar a laranjeira.  Pô Sinhô,  e só da uma reformada na parada que tá tranquilo ou deixa como está porque o mundo acaba todo o dia, precisa ser bruto não.

Sinhô, tô puto. Espera pelo menos passar o carnaval para a última festa mundana.  Ou eu fazer sucesso, vai? O sinhô deu chance até para o Michel Telô. O Sinhô que é o fodão vai dar moral pros Maias? Ah, papai do céu estou PUTO.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Acasos



São Medo


O fim do dia está sombrio e há dias tem sido assim. Já passa das oito horas da noite e o vento faz a trilha sonora.  Na rua Dr. Araújo de Castro alguma energia maligna parece tornar o clima igual aos filmes de terror.
Na casa número 38 Seu Alberto corre para o telefone e quase tocando um piano disca para a filha Yara:
- Filha onde você está? Com uma voz totalmente desesperada.
- Saindo da faculdade, por quê?
- Estou indo para o metrô te buscar no caminho te explico! Determina o pai com a voz totalmente autoritária.
- Sim senhor. Obedece a menina com respeito abundante.
                Os dois se despedem e parte o pai ao encontro da filha. Mas aquela não era a única casa com anomalias na rua, na casa número 152 Maria chama o primogênito Eduardo para acompanha-la até o ponto de ônibus buscar a filha:
                - Dudu, vamos que Raissa deve estar chegando!
                - Vamos mãe.
                Os dois partem de braços dados. A cada barulho o medo era evidente no rosto dos dois, a cada moto que passava rezavam o último “Pai Nosso”.  Pareciam duas presas que a qualquer momento seriam devorados.  E o caminhar de dois quarteirões parecia a Via Crucis. Enfim, chegam ao ponto de encontro, cinco minutos de espera que pareceram 50 até chegada da esperada:
                - Mãe. Diz sorrindo Raissa.
                - Oh, minha filha, vamos se embora e depressa. Com alegria e preocupação ao mesmo tempo.
                Em casa todos como numa sinfonia transbordam o alivio:
                - Graças a Deus. Em sinal de fé e de segurança no plano divino.
                Na casa dos Montenegro uma discussão calorosa entre Marina e o seu pai tornam ainda mais o cenário da rua Dr. Araújo de Castro tenso:
                - Mas Pai ela é a minha melhor amiga como não vou ao seu aniversário? Você não pode fazer isso comigo! Aos berros e lágrimas.
                - Não vai porque está perigoso lá fora! Bate o martelo e esmaga o coração da filha.
                - Vou perder minha amiga. Ela não vai me perdoar. Lamenta Marina sem força para revidar.
                - Melhor perder a amiga do que a vida. São as últimas palavras do pai antes de sair andando e bater a porta.
                 E em outras ruas, outros bairros, outras situações de medo em noite frias ou quentes estão acontecendo. Esse é o cenário das noites da cidade de São Paulo. O pai que busca a filha no metrô pelo toque de recolher. A mãe que encontra a filha no ponto, pois na noite passada mataram três garotos na rua de cima e o pai que proíbe a filha de ir à festa da melhor amiga, por medo. Medo, medo e mais medo.
                São Paulo, ou melhor, São Medo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Divã do Sexo



O dia amanhece com um lindo nascer do sol na pequena cidade da Zona da Mata de Minas Gerais. Nina Pardal apenas voltava para casa após uma longa batalha pela madrugada feroz. Enquanto em Desterro de Entre Rios o dia ensolarado atingia os 40 graus, a bela dormiria. 

Por volta das 19 horas, Nina acorda. Ao levantar beija os filhos e da sacada avista o lindo pôr do sol. Após um suspiro murmura:

 - Que lindo! Acenando um tchau para o sol.

Logo depois de apreciar e despedir-se da estrela maior é hora de colocar a armadura de roupas curtas e sensuais. Bajular a noite requer muito mais do que simples gestos. E a madrugada lhe prometeria fortes emoções.

A Casa da Alegria estava vazia, mesmo assim, todos os clientes que vinham só queriam Nina, que por ora e outra ficava escondida nas partes internas para dar chance às outras meninas. O relógio badalava quatro horas da madrugada serena. Com a garoa fina e a dose de álcool um pouco acima da sanidade três garotos adentram o cabaré.

 Dois eram desvirginados. Mas um, teimava em dizer que também era, pura mentira, cabaço completo e hipócrita para se igualar aos amigos. O impacto do olhar de Nina e Gabriel foi celestial. Ou melhor, infernal, combina mais com o local. O menino suava frio e as perninhas magras tremiam igual vara verde. Nina lhe ataca:

- Posso saber o nome da joia? E arremessa as mãos no saco do moleque.

- Ga.. bri... el, el, el, È Gabriel. Ufe! Quase sem voz e tomado por uma gagueira. Naquele momento as cordas vocais do menino também tremiam.

- Por que o medo, meu lindo? Vou cuidar de você? Fazer você homem? Com um olhar de feiticeira e faro de cachorra que sentia o cheiro de virgindade.

- Claro! HUMM! O garoto gemia mais que gato transando.

O menino pediu uma dose de “sexy on the beach”, só que Nina solta um grito:

- Não! Vai tomar whisky caubói! Como a primeira ordem para o menino virar macho.

Eles entram no quarto e o menino beija-a   como uma namorada, as mãos inexperientes não param, corre o corpo todo, a bela fera logo dá caminhos certos a elas. Pega as mãos e passa pela bunda até chegar à vagina e o menino se lambuza. Nina abaixa a cueca do menino, pois a calça, o virgem rapidamente tirou, e tremendo. Ao pegar o pênis do novato uma lambida de ponta a ponta, e beijos alucinantes:

Nina arremessa o inexperiente na cama salta em cima dele, mas já era tarde o menino estava todo gozado. Vermelho feito um pimentão e suando frio. A mulata caiu na risada:

- Uai, o que aconteceu menino? Há Há Há

- Sou virgem, Nina! Com a maior vergonha possível e dizendo sem olhar os olhos da feiticeira do cabaré.

- Isso eu sei, mas ficou emocionado é? Tem problema não, vou é te ensinar a dár no coro. Com as mãos pegou o menino pela garganta, tacou no chuveiro e começou a chupar loucamente ele da cabeça aos pés... Aí não tem santo que aguente!

Os quarenta minutos posteriores o menino transaria loucamente em todas as posições possíveis e imaginárias. Nina, ajudava o menino perder a vergonha e dava uma aula de putaria. E se despede do menino:

- Vai meu anjo arrancar suspiros das meninas por aí!

- Estou preparado?

- Sou Nina Pardal, garoto! E empurra o menino para fora do quarto e bate a porta.
O menino era sorriso de orelha a orelha, a musa da noite deitada na cama olha pela janela, esboça um sorriso e reflete:

- Madrugada, madrugada, eis a escola da putaria!

Ela fecha os olhos e as cortinas até o próximo aluno das quatro paredes sombrias.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Preleção



O Imperador morreu!

Os Deuses do futebol estão em luto. Como muito torcedores, também, estão.  As lágrimas são pela morte de um jogador, que continua vivo, mas para o futebol faleceu. Na verdade cometeu suicídio. Tentou várias vezes acabar com a carreira e agora conseguiu.
 
Era para ser pelo menos uma vez melhor do mundo. Pelo menos duas vezes campeão mundial pela seleção brasileira e, se quisesse, seria o ‘camisa 9’, centroavante da Copa do Mundo no Brasil. Mas preferiu ser o primeiro com as mulheres, com as bebidas, o atacante da favela.

Jogou muito, foi imperador, só não soube reinar. As duas maiores torcidas do país deram a ele o trono. Era o imperador de uma nação e, simplesmente, perdeu para ele mesmo. Desperdiçou a chance que milhões de garotos correm atrás todos os dias para ter. Jogou fora o dom que os Deuses do futebol lhe deram.

Agora Adriano não faz mais parte da editoria de Esportes, de Celebridades pode ser, embora logo nós possamos nos deparar com ela na página policial. Perdemos o jogador, mas ainda resta o ser humano, oremos.

Hoje os campos estão mais tristes, não terão mais as peripécias do Imperador. A rede mais sem graça, pois não será mais estufada pela canhota atômica do jogador. Os Deuses do futebol choram, pois Adriano se suicidou para o futebol. Ah, e faz tempo, só que ninguém percebeu.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Acasos



Até quando?


Até quando eu vou ter que andar nas ruas com medo? Até quando vamos ter medo de andar?

Até quando os filhos vão passar de ano sem saber nada? Só para não desistirem de estudar e para encher os números do governo. Até quando vamos facilitar e formar bandidos? Para termos medo de andar ou estar nas ruas.

Até quando o ladrão vai matar o policial? E os policiais vão matar os ladrões e inocentes fora da hora de serviço? Até quando por esse atrito de duas facções no meu bairro vai ter toque de recolher? Sim, facções, uma do crime organizado e a outra do governo mesmo.

Até quando as drogas vão levar os filhos do meu povo para o caixão? Até quando a vida dos drogados será incentivada? Claro que é incentivada, quantas clinicas de reabilitação temos? Quantos programas de prevenção às drogas? Quantos traficantes estão presos? Quantos policiais estão nas fronteiras para evitar o contrabando? 

E até quando teremos políticos desviando dinheiro? Formando quadrilhas? Não fazendo nada para o povo? Até quando?

 Até quando a impunidade será a maior caraterística desse país? Quem rouba não é preso. Quem mata não é preso. Quem é preso sai logo. Até quando?

Eu digo até quando! Até o dia em que implantarmos educação de qualidade para o povo. Ou melhor, para formar um povo digno. Até temos professores qualificados nas escolas, com estrutura para qualificar os alunos. Acabar com essa de passar de ano sem saber. Para saberem dar valor às conquistas. 

Se olharmos todos os problemas, em algum momento vamos esbarrar na questão da educação. Aí eu pergunto: Até quando vamos vir nessa sociedade ‘mal educada’? E eu respondo:

- “Até o dia em que educarmos as pessoas. E isso amigo começa nas escolas, para construirmos cidadãos melhores. E lutar para consertar os ‘mal educados’ que formamos”.