sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Ah, saudade

Hoje eu visitei a faculdade. Para quem nunca foi saudosista,  quanta vontade de voltar no tempo.
A faculdade é a mesma, alguns bancos de madeira entre as pilastras e vasos de plantas a diferem do nosso tempo.
O inspetor é o mesmo, o Antenor, o bigode ganhou alguns fios brancos. Veste terno e gravata, com sotaque e a simpatia de sempre. Às sete horas em ponto ele vai para o andar térreo, mais conhecido como zero e badala algumas tantas vezes o velho sino, que foi abençoado pelo Papa João Paulo II, como reza a lenda.
As portas da escada fazem aquele barulhão quando soltas, mas não somos mais nós que nos descuidamos e provocamos o estrondo.
Caminhei pelos corredores e, em meio a tanto sinais, não havia o nosso cheiro. Tinham muitas vozes e falatório, mas não éramos nós que papeávamos pelas dependências da instituição. As salas estavam todas cheias e nenhuma delas tinha vocês. Tudo estava tão vazio.
Fechei os olhos e desejei que estivessem atrasados e em que a qualquer momento chegariam, iramos fazer piadas, rolaria convites para cabular aula ou ir ao bar, talvez, simplesmente, ficaríamos à toa encostados na sacada para o Antenor reclamar.
Ao abrir os olhos, um professor me desejou um “bom semestre”. Ele já havia nos dado aula. Percebi que o tempo passou.
Alguns dos professores o tempo há de levar e o esquecimento chegar, já outros, levaremos conosco. Mas vocês, não. Em uma tarde qualquer de alguma estação irei lembrar, contar casos e sentir saudades de tudo que passamos juntos. Talvez, isso ocorra junto a um de vocês e não importa quando vai acontecer, mas irá. As lembranças serão as melhores.
Saí da faculdade, olhei para trás e senti que não éramos mais alunos. No caminho ao metrô, até os bares estavam tristes sem a gente e, ao mesmo tempo, cheio de histórias que, por lá, vivemos. Era coisa da sétima arte, tudo passava como se fosse ontem. Respirei fundo, suspirei e segui com o intuito de um dia voltar ao lugar que vocês sempre me fizeram sorrir.
O tempo, meus caros, não volta mais. Mas também não terá como apagar a nossa história. Para quem não gosta de sentir, restou-me a saudade ao menos por hora.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Há distância

Não sei se alguém vai ler, pois tão pouco sei se tem alguém em algum lugar. Um velho sábio me disse: “É no silêncio que escutamos mais.” Faz tanto sentido, no silêncio nós escutamos, refletimos e pensamos.
Em um desses pensamentos, me choquei ao refletir com a humanidade se faz solitária. Nos tornamos tão superficiais ao ponto de não conhecermos o outro. Não nos entregamos em nenhuma relação e não deixamos ninguém se entregar. Temos máscaras e armas para nos proteger dos sentimentos e, pior, achamos isso bom. A humanidade não ama o próximo e nem se deixa amar. Tornamos o mundo “asentimental”, talvez o grande vilão da nossa geração.
Esquecemo-nos do outro, sendo que só há uma razão para existirmos em vários da mesma espécie: se relacionar. Estamos em extinção. O amor ao próximo se perdeu em algum lugar da história. Não é culpa das pessoas, individualmente e, sim, de uma consciência coletiva de “ser o melhor” e “ter mais”. O grande consumismo que afeta todas as esferas da vida. No fundo, ao invés de consumir somos consumidos pelo egoísmo exacerbado.
Todo esse mal já chegou aos lares com a fama de ser do bem. As pessoas se condenam a serem solitárias e deixam isso sobressair até mesmo quando estão próximas. Ninguém se conhece e isso é feito de caso pensado, para não gerar sentimentos.
Por isso as redes sociais fazem tanto sucesso, as pessoas não se suportam perto e com a distância sentem mais seguras, para se relacionar e não se entregam. Mantém a superficialidade e a solidão que as faz “tão bem”. Não há responsabilidade sentimental, excluem os sentimentos como se  fizesse mal. Falam por horas e horas no bate-papo e pessoalmente não conversam mais de uma hora ou, começam a falar com o outro longe, para fugir da proximidade e entrega que exige uma relação próxima. Mantenha distância, eu sou HUMANO.
Não somos mais. Estamos perdendo as duas coisas que nos difere dos demais seres vivos: O sentimento: abolimos. O pensamento: corroído pelo egoísmo, ainda pensamos, mas em uma coisa só por vez e todas às vezes uma em uma só, o mal do “pensamento próprio,” que de próprio só tem o proprietário, alias, só tem ele, sobre ele e por ele. Ele, eu, mim, só, solidão em massa.
Não temos mais casas, temos Home page, não temos mais amigos temos seguidores, nossas expressões são emotions e logo deixaremos de ser humanos e seremos um perfil em uma rede social qualquer, que não tem sentimentos, mas tem status, não pensa, mas posta, tudo na distância dos sonhos!
No fundo não é um mal causado pelas ferramentas tecnológicas e sim por quem as manuseia. Estamos nós “dessocializando” por algo tido como uma “rede social”. Chegaremos no objetivo de atingir a independência na tal sonhada “distância entre nós”.

A maioria não acredita mais nas relações e veem o mundo com sentimentos ilusões. Então, vou embora. Antes que eu acorde!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Chatito e Senador Miguelito em: Os Cinco Pactos

Chatito um menininho, de cabelos enroladinhos, um sorriso bem branquinho e dentes tortinhos. Negro... Me perdoem, quero dizer afrodescendente, para os burocráticos.

Senador Miguelito, um homem perto de completar meio século. Cabelos grisalhos, uma baita barriga. Terno e gravata, carros e mamata.

O menino gosta de perguntar e o Senador enrolar.

Chatito: Senador, a Presidenta disse que o Brasil já tá maduro para avançar e mostrou que não quer ficar parado no lugar. Mas o certo não seria dizer que estamos atrasados e precisamos nos estruturar?

Miguelito: Menino, que atrasado?! Estamos bem na frente. O Helinho tá na liderança da fórmula Indy. Estamos classificados na Copa das Confederações em primeiro do grupo e a bolsa família é um sucesso. Brasillllllll!

Chatito: Mas, Senador, e os Cinco Pactos, vão mesmo acontecer, ou é conversa de reeleição?

Miguelito: Ora, claro que vão. Um aumento para os políticos fortalece a economia. Uma reforminha política que fortaleça a classe, aí acabamos com corrupção, com o PEC 37, e o povo ainda quer protestar contra. Traremos médicos estrangeiros e ajudaremos a diminuir a taxa de desemprego em outros países, isso é solidariedade. Transporte bom e barato, mais uns km de metrô e ainda vamos deixar 100% dos royalties da exploração de petróleo para Educação, claro, da graninha que não desviar... ops, tudo pra educação.

Chatito: Nossa quanta coisa. Mas eu sempre pensei que isso era tudo obrigação do governo: Tentar controlar e manter uma economia sólida. Não cometer corrupção. E era um direito do cidadão ter educação, saúde e transporte de qualidade. Pelos impostos que pagamos era o mínimo né!

Miguelito: A novela das nove tá boa viu? Pessoal da Rede Globo manda bem.

Chatito: E essa reforma política, Senador? Não seria mais correto dizer que vamos começar uma Democracia? Pois ate agora não tivemos.

Miguelito: Oh, menino, quando você fizer 16 anos você pode até votar. Com 18 já é obrigado. Viva a República democrática do Brasil!

Chatito: Viva! Viva! Eu não entendo isso... Não parece muito certo, mas...

Miguelito: Seria bem pior se o PSDB estivesse no Governo...


Chatito: Credo! Aí Senador, depois dessa vou embora....

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Rabugento e o Jornal de amanhã

Seu Rabugento, um senhor de bigode completo, olhos fundos, daqueles que as olheiras não saem e o qual você aposta que o sono não vem. Mais o menos assim, dormi pouco, mas come muito. Daí vem à barriga que dá gosto. Ainda mais, no 1,68 cm, do velhote sabichão. A boina com o brasão da lusa demonstra as raízes. A camisa social com o colete, a calça social com a bota de camurça, o lenço no bolso e olhar furioso. De todas as características e detalhes  a rabugentisse do aposentado é de encher alguns olhos e arranca lágrimas de outros.

A cada dois passos pelas ruas de Santana uma erguida nas calças. A cada esquina atingida, uma saudação e uma resposta atravessada:

- Bom dia “Seu Rabugento”. Diz o Manoel do açougue.

- Bom d... Quase um surro responde o velhote.

- Já tá acordado? Há essas horas.

- Não Manoel. Eu sou sonambulo, ora! Emendou com delicadeza.

E assim, como um cachorro vira-lata, em cada rua uma surpresa, uma farpa, um caso com a rabugice. Só que aqui a briga não é por comida é pela tolerância que não existe.
Seu Rabugento adentra a banca de jornal com uma enorme saudade de ler aquele monte de letras em tinta. Ricardo o jornaleiro todo atencioso, aborda o aposentado.

- Bom dia, Seu Rabugento, vai levar umas cruzadinhas? Ou um caça-palavras hoje?

- Quero um jornal.

- De quando?

- Ora essa, filho de uma... De hoje, ora.

- Calma, Seu Rabugento. Os jornais acabarão hoje, tem gente comprando o de ontem para guardar.

- Como assim, gajo?

- Acabando...

-Acabando, igual sua mãe acabou ao parir esse cabeção. Dá logo o de hoje mesmo.

O Rabugento paga pelo jornal e o jornaleiro faz sinal com as mãos de escorraço, para o velhote ir logo. Ele vai, adentra a praça, mal cumprimenta os amigos aposentado. Abre o jornal e a primeira notícia é:

“Amanhã não haverá mais jornal.
Fim dos jornais impressos: A tecnologia ganha do papel.
O tradicional perde para a modernidade. Tecnólogos desenvolvem E-book com cheiro de tinta, barulho das páginas amaçando ao troca-las e atalho para recortar e guarda reportagem de recordação.”

- Tolice, ora, ora, ora. Até o sinal sumir, o aparelho travar e isso tudo se um dia o pobre puder comprar. Esbraveja o velhote vermelho de tão furioso.

Vai à página de negócio e logo toma um justo: “Governo privatiza o próprio governo”.
- Ora, mas eles só avisaram isso agora? Um dia antes de não ter mais notícia, esses passarinhos.

Na parte de empregos: “Homem procura: uma mulher com dois filhos, para dar entrada à bolsa família”.

-Vagabundo é o que mais tem. Esse povo da estrela não fiscaliza nada. Expressa  ao levantar as mãos para o céu.

No editorial de política: “Eleições ano X: Madame General versus O Vampiro.”

- Quem ficará com a maior fatia do bolo: A falsa esquerda ou o pássaro vendedor. Aí não importa o FMI e o Banco Central no fim agradecem. Ora, ora, ora. Resmunga o velhote.

Ultima página do jornal: “Obrigado por dividir esses longos anos com a gente e tantas verdades e notícias imparciais.”.

O Rabugento caí na gargalhada joga o jornal pra cima e diz:

-Com esse final. Sabia que era piada. Imparcial? Verdade? Aí, aí, aí o que papai Antônio diria, ora, pois. Amanhã cedo compro outro jornal.









segunda-feira, 3 de junho de 2013

A divina e os forrozeiros

As três “pancadas” de Molière soam como de costume e não mais que , de repente, as cortinas abrem, ou, são os olhos que abrem para não fecharem mais.  A turma de Lampião e Lancelote nos embalam com rimas frescas, texto gostoso e envolvente.

Um encontro de culturas, uma luta, uma troca, um maracatu, um baião, um forró.  Sim, a música do cangaço faz até o guerreiro do Rei Artur largar a excalibur e cair no xote.
O resto é sorte de quem for ao teatro SESI de quinta a domingo presenciar e encantar-se com “Lampião e Lancelote” de Fernando Vilela, direção de Debora Dubois, direção musical de Zeca Baleiro.



Aí quando as cortinas fecharem, seus olhos estarão brilhando, você pode caminhar dançando um xote até a Rua Augusta e não parar de dançar. O documentário “Elena – O filme” vai te convidar para dançar, sentado. Sorrir, de boca fechada. Chorar, sem lágrimas. Pois a trama te envolve e o drama te consome, as emoções transbordam na alma. Rosto e olhos ficam intactos presos a Sétima Arte.

Elena vem como um vulcão e te toma. Você se apaixona e enquanto ela dança com a lua, você dança com ela, assim à distância, mas colado no cangote e não mais que, de repente, ela se vai.  Aí pedimos para ela voltar, mas ela nunca se foi. Ela abriu mão de ser interprete para ser personagem.  Não quis ser grão de areia para brilhar no céu como estrela.

Elena é daquelas que nunca irão morrer. Não é uma flor, é uma planta e dela várias brotarão. Assim como brotará, em você, o desejo de valsar com Elena, procurar por ela, se perder por ela, achar muitos sentidos com ela. Elena – O filme, de Pietra Costa.

Porque Elena está dançando com a lua e eu com ela até agora.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Herói, eternamente herói!

Lá se vão dezenove anos que o Brasil perdeu não só um dos maiores ídolos do seu povo, mas um brasileiro digno de ser brasileiro.
Ayrton Senna ou melhor Ayrton Senna do Brasil, pois essa era sua verdadeira identidade, foi um dos esportistas mais consagrados em sua modalidade, vitorioso, raçudo, trabalhador (treinava uma barbaridade era um perfeccionista), se tornou ídolo do povo, não só pelo seu talento, mas pelo seu carisma.

Senna foi além, tornou-se Herói, eternizando-se no tempo. No dia 1° de maio de 1994 Senna retirou-se deste grande palco da vida, uma curva que parecia com as outras, tornou-se traiçoeira.

O homem Ayrton Senna da Silva foi além, teve atitudes que o fazem respeitado e saudado no mundo inteiro. Ajudou milhares de pessoas, mas não ajudava para ter status e sim pelo prazer, o satisfazia. Senna devolveu ao brasileiro o orgulho de ser brasileiro, fazia questão de dizer que era brasileiro, mostrar a nossa bandeira.

Mostrar que o Brasil não era feito de putas e badernas, e sim de pessoas ousadas, dignas e alegres. Todas as homenagens a Senna serão poucas, continuar a trajetória de suas atitudes seria a homenagem perfeita.
Poetizo o que sinto sempre que vejo ou ouço sobre Ayrton Senna da Silva:

Herói 

Devolve o sorriso,
Condena aqueles que te julgam
Oh pátria amada,
Salve, Salve...

Brasil de homens dignos de serem chamados “brasileiros”.
Sabe que vai além de um puteiro.
Sabe que seu prestigio foi resgatado pelo Rei da Chuva,
Que não temeu nem a última curva.

Homem corajoso, trabalhador, talentoso, 
Foi eternizado no solo de outros, 
Mas carregou consigo a nossa bandeira,
Até a última luta.

Não morreu, retirou-se dessa vida corrida.
Se sua missão será cumprida?
Resta ao seu povo seguir
Sua escrita...

Ídolos morrem,
Heróis eternizam-se.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Barulhos da meia-noite

A lua passa do centro do céu, a escuridão toma conta da cozinha e torna tudo invisível. O vento forte faz os degraus da escada de madeira cantar e as notas agudas dão uma melodia pavorosa ao lugar. E às vezes, o vento se cala e o silêncio que domina o ambiente é ensurdecedor.         
De repente, a madeira da escada urge algumas vezes. Dessa vez, não pelo vento. E sim por um barulho firme intercalado pelo silêncio e de forma crescente a maneira que se aproxima da cozinha. E tão eficaz como aparece, desaparece, em um abrir de olhos. Aquele som em ritmo de marcha fúnebre que se esparrama sobre a escada e se perde ao tocar o piso da sala.
            Ao lado da cozinha uma sombra agacha ao ouvir o som que vem da escada. E um vulto adentra o cômodo dos comes e bebes rumo à mesa central. A essa altura, o medo já vira desespero. E algo mexe sutilmente e ao mesmo tempo de forma macabra dentro da cozinha. Enquanto isso na porta do banheiro, a sombra comprime-se feito bolinha de papel e sussurra preces ao mesmo estilo que se reza um terço. Em questão de segundos o vulto sobrevoa a mesa de jantar. E não satisfeito em assombrar resolve tocar as tampas e vasilhas. Aqueles metais e plásticos formam um soneto melancólico ao ouvidos.
            A sombra perto do banheiro assusta-se e da de encontro à parede. O vulto da cozinha recolhe-se rapidamente para baixo da mesa em posição defensiva. E por um longo minuto nada mexe, nenhum barulho acontece. O cenário fica totalmente tedioso e aparentemente normal.
            O silêncio machuca os ouvidos por mais alguns segundos até que o vulto da cozinha sente-se sozinho e torna-se corajoso, caminha em direção ao lado direita da mesa. A sombra encosta-se à porta do banheiro e contenta-se a ouvir os rangidos do ambiente.
            Um jato de luz capaz de cegar qualquer olho aparece dentro da cozinha em forma de quadrado gigante que diminui algumas vezes na vertical, ora e outra, é coberta inteiramente por um vulto e depois se fecha totalmente. Algumas coisas balançam dentro daquele quadro que apenas agora era um escuro mais claro. A sombra imagina ser um portal para outro mundo que abre para levar o vulto embora.
            Com a coragem recuperada a sombra cresce e parece ficar em pé. O vulto da cozinha novamente pula para baixo da mesa, mas dessa vez, com tanto cuidado que parece um fio de linha de algodão ao tocar o chão. E observa atentamente a sombra. Parece um gigante, com algo retangular em mãos, navalhas talvez, que ora estão todas juntas e em outros momentos são um leque.
O pé do vulto da cozinha salva a própria mente de ficar ainda mais apavorada com aquela terrível sombra do banheiro. Que ao escutar o impacto da batida no pé da mesa volta a ficar pequena e retraída. Ambas as assombrações percebem a presença um do outro. Por instantes resolvem se esconder na própria insignificância. Isso não dura muito e um combate de movimentos movido pelo medo começa. A sombra do banheiro tenta engatinhar sentido aos quartos e é interrompida pela tentativa do vulto da cozinha em rolar para trás da parede. E os movimentos assim se dão mais pelo pavor e vontade de se esconder, do que da coragem de descobrir o que acontecia ali.
A lua mal muda de posição e o escuro não torna mais tudo invisível, pois a imaginação naquela ambiente é fértil e avista cores e formas em tudo. Duendes, fantasmas, aberrações, espíritos e tudo de mais tenebroso estão presente na casa. Após um jogo feroz e acirrado de movimentos, sombra e vulto ficam de frente, touro e o toureiro e vice-versa. Ciscam os pés e abanam a bandeira partem os dois juntos em direção à pilastra ao lado e, por apenas mais alguns milésimos de segundos a escuridão é vista.
- Pai!
- Filho!

Seu Alfredo de regime tentava assaltar a geladeira enquanto Matheuzinho ia ao banheiro com uma revista de garotas nuas em mãos.