As três “pancadas” de Molière soam como de costume e não
mais que , de repente, as cortinas abrem, ou, são os olhos que abrem para não
fecharem mais. A turma de Lampião e Lancelote
nos embalam com rimas frescas, texto gostoso e envolvente.
Um encontro de culturas, uma luta, uma troca, um
maracatu, um baião, um forró. Sim, a
música do cangaço faz até o guerreiro do Rei Artur largar a excalibur e cair no
xote.
O resto é sorte de quem for ao teatro SESI de quinta a
domingo presenciar e encantar-se com “Lampião e Lancelote” de Fernando Vilela, direção de Debora Dubois, direção musical de Zeca Baleiro.
Aí quando as cortinas fecharem, seus olhos estarão
brilhando, você pode caminhar dançando um xote até a Rua Augusta e não parar de
dançar. O documentário “Elena – O filme” vai te convidar para dançar, sentado.
Sorrir, de boca fechada. Chorar, sem lágrimas. Pois a trama te envolve e o
drama te consome, as emoções transbordam na alma. Rosto e olhos ficam intactos
presos a Sétima Arte.
Elena vem como um vulcão e te toma. Você se apaixona e
enquanto ela dança com a lua, você dança com ela, assim à distância, mas colado
no cangote e não mais que, de repente, ela se vai. Aí pedimos para ela voltar, mas ela nunca se
foi. Ela abriu mão de ser interprete para ser personagem. Não quis ser grão de areia para brilhar no
céu como estrela.
Elena é daquelas que nunca irão morrer. Não é uma flor, é
uma planta e dela várias brotarão. Assim como brotará, em você, o desejo de
valsar com Elena, procurar por ela, se perder por ela, achar muitos sentidos
com ela. Elena – O filme, de Pietra Costa.
Porque Elena está dançando com a lua e eu com ela até
agora.
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