segunda-feira, 3 de junho de 2013

A divina e os forrozeiros

As três “pancadas” de Molière soam como de costume e não mais que , de repente, as cortinas abrem, ou, são os olhos que abrem para não fecharem mais.  A turma de Lampião e Lancelote nos embalam com rimas frescas, texto gostoso e envolvente.

Um encontro de culturas, uma luta, uma troca, um maracatu, um baião, um forró.  Sim, a música do cangaço faz até o guerreiro do Rei Artur largar a excalibur e cair no xote.
O resto é sorte de quem for ao teatro SESI de quinta a domingo presenciar e encantar-se com “Lampião e Lancelote” de Fernando Vilela, direção de Debora Dubois, direção musical de Zeca Baleiro.



Aí quando as cortinas fecharem, seus olhos estarão brilhando, você pode caminhar dançando um xote até a Rua Augusta e não parar de dançar. O documentário “Elena – O filme” vai te convidar para dançar, sentado. Sorrir, de boca fechada. Chorar, sem lágrimas. Pois a trama te envolve e o drama te consome, as emoções transbordam na alma. Rosto e olhos ficam intactos presos a Sétima Arte.

Elena vem como um vulcão e te toma. Você se apaixona e enquanto ela dança com a lua, você dança com ela, assim à distância, mas colado no cangote e não mais que, de repente, ela se vai.  Aí pedimos para ela voltar, mas ela nunca se foi. Ela abriu mão de ser interprete para ser personagem.  Não quis ser grão de areia para brilhar no céu como estrela.

Elena é daquelas que nunca irão morrer. Não é uma flor, é uma planta e dela várias brotarão. Assim como brotará, em você, o desejo de valsar com Elena, procurar por ela, se perder por ela, achar muitos sentidos com ela. Elena – O filme, de Pietra Costa.

Porque Elena está dançando com a lua e eu com ela até agora.

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