As festas do "Grand
Monde", todas cheias, cheias de almas vazias. E me perdoem os
parafraseados. Fui convidado para uma festa da alta sociedade, mas era tudo tão
baixo. As presenças, sim eram muitas, todos famosos, mas me desculpem não sei
os nomes. Eram presenças para marcarem presença. Puro jogo de status. Eram
vários flash para um monte de sorrisos, todos vazios.
Era uma casa grande, bonita,
aconchegante, mas todos estavam tão distantes ou só se aproximavam na certeza
que aquele fulano de tal era o cicrano daquela emissora, daquele reality,
daquele... Sim, o importante é o que cada um fez, não quem era quem, ao menos
para os famosos de verdade. Alias se é que a fama tem algo de verdade.
Qualquer um bem vestido e despojado
pode ser um famoso, todos eram suspeitos. Fato um tanto quando hilário. Uma boa
careta e um ar de soberba, já causavam dúvidas nos convidados, nos famosos,
aquela carinha de interrogação.
E no mundo de fantasia, uma data
tão expressiva e marcante como a comemoração de aniversário passa a ser
meramente coadjuvante das relações e busca por contatos do meio artístico, que
de artista não tem nada, do meio aparecido, cairia melhor.
Não era uma festa, e sim, um
evento. Das maquinas fotográficas profissionais dos profissionais. Dos
filmadores profissionais que com a luz apropriada preenchia a falta de luz dos
famosos. Dos sorrisos, um tanto quanto instantâneos e vazios para as fotos. Dos
beijos e acenos para a câmera. Dos quitutes de tomate seco com gorgonzola ou
patê de ricota com azeitona... ECA! E os champanhes caríssimos... Que não me
pergunte como deixam as celebridades alteradas, pois alterado deveria ser o
produto que não tem gosto de nada... Fico com a cervejinha!
Fico com as festas em um cômodo,
onde todos, amontoados sentem um o calor do outro, conversam todos, todos estão
ali por estarem, não pelo conforto. No cardápio pão com salsicha, carne louca,
salgadinhos normais como enroladinho e coxinha. Refrigerante da marca mais
barata ou do suco de saquinho. Sim, minha festa é para os amigos, não para os
famosos, são para as máquinas fotográficas particulares, aquelas compradas à
prestação, outras ainda de filme, das que saiam as melhores fotos de sorriso
felizes. Uma festa cheia de anônimos,
mas de amigos. Pois meia dúzias sentados na minha sala no sofá rasgado e
apertado estarão ali de verdade, simplesmente por gostarem de mim.
Diferente de uma imensa casa, com
vários convidados importantes, que não se importam com o anfitrião e sim se o
flash vai ser publicado em algum veiculo mediático.
O que sei de imediato é que desejo
um bom mundo irreal dos sorrisos vazios, dos bem vestidos e pelados de alma. Eu
irei continuar com meu churrasco no quintal de casa com cerveja e vodca ruim,
pelo menos aqui eu garanto os sorrisos serão originais, ou melhor, sinceros e
terei presenças de corpo e alma. E a música, todos escolhem, somos o DJ, alias
somos a festa.
Não estou falando de classe
social e, sim, da falsidade social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário