À noite chuvosa em Desterro de
Entre Rios não impede Nina Pardal de ir trabalhar. Ao adentrar no bordel a
energia do ambiente era completamente diferente. A Casa da Alegria estava
lotada, homens e mais homens a procura de saciar os prazeres sexuais.

Por volta das 3 da madrugada,
Nina já havia enlouquecido cinco rapazes, mas um no balcão lhe chama a atenção.
Moreno, alto, magro, olhos cor de mel, vestido casualmente com um traje esporte
fino, um chapéu branco e um lábio carnudo. Estranhamente nenhuma menina chegará
perto dele. Ela anda em direção ao moreno, a cada passo suas curvas parecem
soltar um perfume arrebatador, pois todos os narizes viram a ela.
Uma das meninas da casa a segura
pelo braço e murmura:
- Nina, não! Esse ai é enrustido
gosta de dedo atrás!
- Há há há há há! Eu adoro dedar!
Finaliza a morena de olho no moreno e na sua promessa terapêutica.
O rapaz de rosto lindo vira cuidadosamente
ao ser tocado no abdômen, o olhar de ambos paralisa por alguns segundos, mais
que uma química ou vontade carnal. Era sim, um encontro do destino. E sem
perder tempo a musa se oferece:
- O Moreno que eu ainda não sei o
nome, vai me deixar cuidar dele? Acariciando as coxas e com a língua no canto
da boca.
O rapaz não titubeia e emenda:
- Minha graça é Nelson, não tão
gracioso como Nina Pardal, a famosa. Cuidar de mim! Claro, mas como eu quiser?
- Com todos os dedinhos, meu
lindo! Arremata a mulata com uma piscada de arrepiar.
Nina propositalmente pega a chave
do quarto 24, para tira do armário a moça que existia em Nelson, e não
precisaria de muito tempo.
A mulata joga o rapaz na cama que
sem vergonha alguma se vira de costa e aguarda o dedo de Nina, ela não pensa
duas vezes e sem cuidado nenhum lhe aplica o dedo.
- É disso que você gosta! É uma
menina!
O rapaz se espanta e gaguejando
tenta remediar:
- Não, não, é que, sa... é....!
Eu gosto disso só com mulher!
- Rapaz, pare de mentir para
você! Se assuma, vá ser feliz, você gosta da mesma fruta que eu. E se bobear,
até mais do que eu. Há há há há há há!
E a gargalhada entra nos ouvidos do
rapaz como uma fecha, machuca, mas liberta! Ele chega ao orgasmo e aos gritos:
- Liberdade, liberdade,
liberdade! Eu vou me libertar!
Levanta e já sai ao rebolado do
quarto. A Nina só resta lavar as mãos e esperar até a próxima terapia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário