sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lembranças de uma viagem!

Por Danilo Quintal
Foto: Acervo pessoal

Domingo, 14 horas, o sol presente e eficiente é o dono no clima, no lugar onde a beleza é pleonasmo! Se Deus desenhou todos os lugares, a maior obra da divindade foi o Rio de Janeiro. Ah, o Rio de Janeiro...
A terra dos fluminenses, que na verdade são todos cariocas, dos turistas, dos hostels, do mar. E que mar... Se Iemanjá tem um lar, deve ser por lá. Terra de Cristo de braços abertos, às vezes e, só às vezes mesmo, o cristo de olho de lágrimas pelos assaltos, duelos, criminalidade. Mas em seu maior tempo, o Cristo que brilha durante a noite e sorri ao dia, pois a parcela podre é minoria, acreditem!
O carioca não é folgado, pelo contrário, é charmoso e bem humorado... O Rio não é cem por cento violência e barbaridade, ao contrário, é quase todo alegria inexplicável. Para entender o porquê da maioria dos grandes nomes do Brasil surgirem de lá ou optarem por lá ficar, só existe uma maneira, indo lá e conhecer.
E quem me dera que as lapas brasileiras fossem cariocas. E principalmente, que todo entardecer fosse no Rio de Janeiro. Ah, quem me dera...
E todo clássico fosse Fla-Flu, e o porquê alguém a de me perguntar? Porque o Fla-Flu tem magia, tem o pó de arroz, tem a maior nação, tem o charme único e incomum, tem história e continua a contá-la.
Como a conversa de um mineiro e paulista indo ao jogo Fla-Flu:
- Uai gente, que coisa doida! – Espantado, expressa o mineiro.
- O que foi, mano? – Intrigado, responde o paulista.
- Moço, torcida do Mengo e do Flu juntas, no mesmo vagão de trem, que coisa maluca, meu Deus!
- Mano, na boa, eu nunca tinha visto isso também... Cara é emocionante!

Ao descer em direção ao estádio...

- Caralho, meu, isso é muito foda. Torcedores do Flu passando pelos do Fla com naturalidade. Eu nunca tinha visto, isso só existe aqui. É um clássico, moço! Isso é de outro planeta. – Diz o mineiro coçando a cabeça e com um sorriso no rosto.
- Na verdade, isso é a coisa normal. O quê se vive hoje é uma anormalidade, pois os torcedores não poderem pegar o mesmo trem porque torcem por equipes diferentes é inaceitável. A coisa está em tal estado que estamos impressionados com algo que deveria ser normal. – Relata o paulista indignado e um pouco acelerado.
- Porra, velho, é mesmo, isso deveria ser a coisa mais normal do mundo. Se eu falar pro meu pai ele não acredita!
- Ninguém irá acreditar, mas vamos, vai começar o jogo!
- Vamos ver o meu Mengão...


E nesse ritmo de Fla-Flu cheio de festa, gols, pó de arroz, virada espetacular, canções inesquecíveis. E em algum lugar no céu, Mário filho sorria de alegria enquanto Nelson Rodrigues suspirava a dor tricolor e mais uma vez se rendia ao mando rubro-negro.

Emoção para dois, alegria para um e, tristeza para outros. Ao fim do espetáculo, as cortinas abaixaram, mas o show ainda estava por vir, os trens carregados de flamenguistas e tricolores. Juntos, misturados e com apenas uma diferença: a cor da camisa. E assim, magnificamente desse jeito, fui despedindo-me do Rio de Janeiro, já com saudades dá terra da gente bronzeada, do sotaque inconfundível, da praia, da lapa, do calçadão, do futevôlei... E de repente dormir! E, ao acordar, um pesadelo, estresse e trânsito na capital paulista.
Pecado!

Pecado mesmo é repousar ao som do samba carioca e acordar com as buzinas no transito paulista! Porque cá entre nós, o Brasil deveria ser carioca!

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