quarta-feira, 13 de março de 2013

Dias de luto por uma vida de glórias


Domingo retrasado fui viajar. O objetivo era me afastar dos problemas, mais o menos como subir na superfície em meio ao um mergulho e respirar. Queria me recuperar de um estado depressivo por uma crise de existência. Talvez  a grande vilã das pessoas da minha geração.: O ter que ser;  O ter que ter. O consumismo exacerbado material e espiritual.

Respirei e ao voltar para dentro da vida me deparei com o oposto: a morte. O Chorão morreu!
A morte do meu ídolo deixou um imenso vazio. Se eu pudesse descrever com palavras o silêncio, assim seguiria o restante do texto. Mas como diria o próprio: “Vamos fazer barulho, porra!”

O Poeta urbano sabia dialogar com a juventude, com os surfista do asfalto, com a garotada que cercada pela selva de pedras faz dos muros com um estêncil o e um spray em mãos uma possibilidade e não uma barreira.

Suas músicas travam um debate com os conflitos mentais sobre a existência. Ele dava mais que voz por essa juventude criticada por não ter ideais.  No dava ideias, no dava música: por nós, sobre nós e para nós.

É a trilha sonora da minha juventude, que ainda não acabou, mas daqui a diante ficará sem música! E disso os loucos sabem...

Somente sendo louco que era para transformar história triste em melodia, relatar conflitos com as drogas,  dos pais e filhos, políticos em todos os sentido e tudo de uma forma poética. A poesia dos jovens, das gírias, do simples, das ruas... Da urbanidade, afinal:” as flores são bonitas em qualquer lugar do mundo, muita gente tem forma, mas não tem conteúdo.”

E o conteúdo dele será eterno, pois teve a “coragem de ser jovem a vida inteira”. Nos deixa aos 42 anos de idade e um infinito de saudade; para os  fãs da próxima rima; para os familiares de todos os momentos.

Seria estranho te ver jovem, mas será pior não vê-lo. Só que te escutaremos para sempre pois sua voz faz eco na terra, brown! Ou melhor Charlie Brown Jr.

E como poeta, músico e grupo preferido diria:” Só é bom o que dura tempo o bastante para se tornar inesquecível.” E você não foi bom. Chorão, você foi foda!

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