Domingo retrasado fui viajar. O objetivo era me afastar dos
problemas, mais o menos como subir na superfície em meio ao um mergulho e
respirar. Queria me recuperar de um estado depressivo por uma crise de
existência. Talvez a grande vilã das
pessoas da minha geração.: O ter que ser;
O ter que ter. O consumismo exacerbado material e espiritual.
A morte do meu ídolo deixou um imenso vazio. Se eu pudesse
descrever com palavras o silêncio, assim seguiria o restante do texto. Mas como
diria o próprio: “Vamos fazer barulho, porra!”
O Poeta urbano sabia dialogar com a juventude, com os
surfista do asfalto, com a garotada que cercada pela selva de pedras faz dos
muros com um estêncil o e um spray em mãos uma possibilidade e não uma
barreira.
Suas músicas travam um debate com os conflitos mentais sobre
a existência. Ele dava mais que voz por essa juventude criticada por não ter
ideais. No dava ideias, no dava música:
por nós, sobre nós e para nós.
É a trilha sonora da minha juventude, que ainda não acabou,
mas daqui a diante ficará sem música! E disso os loucos sabem...
Somente sendo louco que era para transformar história triste
em melodia, relatar conflitos com as drogas,
dos pais e filhos, políticos em todos os sentido e tudo de uma forma
poética. A poesia dos jovens, das gírias, do simples, das ruas... Da
urbanidade, afinal:” as flores são bonitas em qualquer lugar do mundo, muita gente
tem forma, mas não tem conteúdo.”
E o conteúdo dele será eterno, pois teve a “coragem de ser
jovem a vida inteira”. Nos deixa aos 42 anos de idade e um infinito de saudade;
para os fãs da próxima rima; para os
familiares de todos os momentos.
Seria estranho te ver jovem, mas será pior não vê-lo. Só que
te escutaremos para sempre pois sua voz faz eco na terra, brown! Ou melhor
Charlie Brown Jr.
E como poeta, músico e grupo preferido diria:” Só é bom o
que dura tempo o bastante para se tornar inesquecível.” E você não foi bom.
Chorão, você foi foda!
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