terça-feira, 30 de outubro de 2012

Divã do Sexo



À noite chuvosa em Desterro de Entre Rios não impede Nina Pardal de ir trabalhar. Ao adentrar no bordel a energia do ambiente era completamente diferente. A Casa da Alegria estava lotada, homens e mais homens a procura de saciar os prazeres sexuais.

Dona Esmeralda Furacão tenta controlar a louca concorrência por Nina. Se a mulata não tivesse prometido se entregar a seis clientes por noite, naquele dia, deitaria com pelo menos três dúzias de homens. Sim ela era a sensação e quem causava as melhores sensações.

Por volta das 3 da madrugada, Nina já havia enlouquecido cinco rapazes, mas um no balcão lhe chama a atenção. Moreno, alto, magro, olhos cor de mel, vestido casualmente com um traje esporte fino, um chapéu branco e um lábio carnudo. Estranhamente nenhuma menina chegará perto dele. Ela anda em direção ao moreno, a cada passo suas curvas parecem soltar um perfume arrebatador, pois todos os narizes viram a ela.

Uma das meninas da casa a segura pelo braço e murmura:

- Nina, não! Esse ai é enrustido gosta de dedo atrás! 

- Há há há há há! Eu adoro dedar! Finaliza a morena de olho no moreno e na sua promessa terapêutica.

O rapaz de rosto lindo vira cuidadosamente ao ser tocado no abdômen, o olhar de ambos paralisa por alguns segundos, mais que uma química ou vontade carnal. Era sim, um encontro do destino. E sem perder tempo a musa se oferece:

- O Moreno que eu ainda não sei o nome, vai me deixar cuidar dele? Acariciando as coxas e com a língua no canto da boca. 

O rapaz não titubeia e emenda:

- Minha graça é Nelson, não tão gracioso como Nina Pardal, a famosa. Cuidar de mim! Claro, mas como eu quiser?

- Com todos os dedinhos, meu lindo! Arremata a mulata com uma piscada de arrepiar.

Nina propositalmente pega a chave do quarto 24, para tira do armário a moça que existia em Nelson, e não precisaria de muito tempo.

A mulata joga o rapaz na cama que sem vergonha alguma se vira de costa e aguarda o dedo de Nina, ela não pensa duas vezes e sem cuidado nenhum lhe aplica o dedo.

- É disso que você gosta! É uma menina!

O rapaz se espanta e gaguejando tenta remediar:

- Não, não, é que, sa... é....! Eu gosto disso só com mulher!

- Rapaz, pare de mentir para você! Se assuma, vá ser feliz, você gosta da mesma fruta que eu. E se bobear, até mais do que eu. Há há há há há há!

E a gargalhada entra nos ouvidos do rapaz como uma fecha, machuca, mas liberta! Ele chega ao orgasmo e aos gritos:

- Liberdade, liberdade, liberdade! Eu vou me libertar!

Levanta e já sai ao rebolado do quarto. A Nina só resta lavar as mãos e esperar até a próxima terapia.

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